terça-feira, 5 de julho de 2011

VILARÓ ...era uma casa muito engraçada...

CASAPUEBLO


Vilaró é Carlos Paez Vilaró, idealizador do Casapueblo, a casa em Punta Ballena, no Uruguai.
Quem passa por Punta Ballena, a apenas 15km de Punta Del Este, não consegue deixar de se maravilhar com a enorme construção branca, sem nenhuma linha reta, que se esparrama sobre as pedras à beira-mar. Tudo começou em 1958 com uma casinha simples de lata, chamada "La Pionera", que serviria de atelier ao pintor, escultor, arquiteto, cineasta, escritor e ceramista. 


Com o tempo, Vilaró começou a cobrir a casa de lata com cimento e cal, pintando sempre o exterior de branco. A casa/atelier foi crescendo e interagindo com o penhasco rochoso de Punta Ballena. Quem a observa, não pode deixar de lembrar de uma mistura de Salvador Dali com Antonio Gaudí. Todo o encanamento do Casapueblo passa pela construção em relevo nas paredes, como se fossem veias de uma enorme estrutura orgânica. "Escultura para viver" é como o próprio artista chama a sua obra, que, 30 anos depois, ainda não está concluída. 


Vilaró, com mais de 80 anos de idade, continua trabalhando na sua escultura, construindo um quarto aqui, uma sala ali... O Casapueblo hoje conta com mais de 70 quartos, todos batizados com os nomes dos primeiros hóspedes. Pelé, Toquinho, Vinícius, Robert de Niro, Brigitte Bardot, Omar Sharif, Alain Delon...

 
Mas a melhor coisa do Casapueblo é definitivamente a visão do pôr-do-sol, que é comemorada com uma cerimônia onde os hóspedes, nas varandas, escutam uma gravação do próprio Vilaró onde ele fala sobre sua amizade com o sol, que o encontra sempre, no Tahiti ou na África. Com alguma sorte, pode-se assistir ao pôr-do-sol ao lado do próprio artista, que mantém seu atelier no ponto mais alto de sua construção.


Quem não estiver hospedado no Casapueblo, também pode participar da cerimônia do entardecer e ainda assistir a um vídeo sobre a vida e a arte de Carlos Paez Vilaró, cujo filho estava no avião que caiu no Chile, na cordilheira dos Andes, quando por meses tiveram que comer carne humana. 


Vilaró escreveu um livro sobre o acidente, mostrando sua aflição de pai. Seu livro acabou virando filme de sucesso em Hollywood, mas esta não foi a primeira incursão do escultor no mundo do cinema. Em 1969, fez um filme chamado "Pulsation", filmado durante três anos no Pacífico, com música de Astor Piazolla, que é considerado o precursor da linguagem dos videoclipes.

BIOGRAFIA DO ARTISTA (em espanhol):
Carlos Páez Vilaró nació en Montevideo, Uruguay, el 1º de noviembre de 1923.
Marcado por una fuerte vocación artística partió en su juventud a Buenos Aires, donde se vinculó al medio de las artes gráficas, como aprendiz de cajista de imprenta en Barracas y Avellaneda. A su regreso al Uruguay, en la década del 40, motivado por el tema del candombe y la comparsa afro-oriental y vinculándose estrechamente a la vida del conventillo "Mediomundo", entra de lleno a manifestarse en el campo del arte.
Con pasión desenfrenada, Páez Vilaró se entregó totalmente al tema, pintando decenas de cartones, componiendo candombes para las comparsas lubolas, dirigiendo sus coros, decorando sus tambores o actuando como incentivador de un folklore que en ese momento luchaba por imponerse contra la incomprensión.
Lavanderas, velorios, Navidades, mercados, bailongos a la luz de la luna, poblaron los cartones y lienzos de Páez. Agotado el tema, fue inevitable su partida hacia Brasil, donde iniciaría un largo viaje a través de todos aquellos países donde la negritud tenía fuerte presencia: Senegal, Liberia, Congo, República Dominicana. Haití, Cameroun, Nigeria…
En ese periplo pintó centenares de obras, realizó múltiples exposiciones y dejó su sello en monumentales murales. Se ha volcado a la pintura, escultura, cerámica, cine y literatura de tal manera y con tanta pasión que dejó en cada arte huellas imborrables.
Conoció a Picasso, Dalí, De Chirico y Calder en sus talleres y vivió con el Dr. Albert Schweitzer en el leprosario de Lambaréné.
Páez Vilaró, integrando la Expedición Francesa "Dahlia", logró realizar en Africa, el film ""Batouk", distinguido para clausurar el Festival de Cannes. En toda su vasta trayectoria de realizaciones y a pesar de los viajes y los cambios experimentados en su pintura durante el medio siglo de acción, el artista mantuvo con firmeza su lealtad al tema afro-uruguayo, al que le sigue dedicando las mejores horas o acompañándolo a tambor batiente cuando cada año se celebra la ceremonia de "las llamadas".
El conventillo "Mediomundo", punto de arranque de su obra, fue demolido y con él, su riquísimo historial. Páez Vilaró, radicado finalmente en Punta Ballena, Uruguay, tiene su taller en la cúpula mayor de Casapueblo, su "escultura habitable", modelada con sus propias manos, sobre los acantilados que miran al mar en Punta Ballena.

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