quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Encontros e Desencontros


O filme foi totalmente rodado em Tóquio, uma alucinação em néon cravada na Terra do Sol Nascente. Uma nação de contrastes, onde tradição, ocidentalização e exageros convivem lado a lado. Bob Harris (Bill Murray) está lá para gravar uma propaganda de uísque, aproveitando seu restinho de fama como ator, badaladíssimo nos anos 70. Charlotte (Scarlett Johansson) acompanha o marido, um famoso fotógrafo de celebridades que está trabalhando com a imagem de uma banda de rock local.

Ambos estão milhares de quilômetros longe de casa, tristes, e nenhum dos dois consegue dormir com o fuso horário de 24 horas. Mais do que isso, não encontram suas próprias identidades. O problema, claro, não é o Japão. A história poderia ter sido rodada em Berlim, Madagascar ou São Paulo. Se, num primeiro momento, o filme parece o retrato fiel de uma cultura local, logo percebemos que Sofia Coppola faz a crônica da impessoalidade de um planeta globalizado.

Inicialmente, a insônia é o pretexto para as conversas de Bob e Charlotte, já que eles frequentemente encontram-se por acaso no bar do hotel em que estão hospedados. Em pouco tempo, porém, os novos amigos já estão circulando juntos pela exótica cidade. O começo pode até parecer algo saído de uma comédia romântica, mas Encontros e desencontros
 está longe de poder ser classificado assim. É uma história de amor, sem romance.


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