Conheça histórias de pânicos e histerias que tomaram conta de grupos de pessoas de forma desproporcional ou inexplicável.
Você já deve ter ouvido falar sobre a
histeria coletiva, mas caso não saiba nada sobre isso, prepare-se para
conhecer uma das mais intrigantes situações psicológicas que podem se
desenvolver na mente humana.
Os surtos de histeria coletiva (também
conhecidos como a doença psicogênica de massa) acontecem quando um grupo
de pessoas passa a ter sintomas, perturbações ou reações semelhantes,
de forma solidária a qualquer fato, imaginário ou exagerado.
Nessa lista, reunimos os mais
impressionantes surtos coletivos na história, desde situações de pânico,
até reações desproporcionais a qualquer ocorrido do cotidiano. Confira
abaixo tudo o que a mente humana é capaz de criar com um pouco de
influência externa.
1. A epidemia de riso na Tanzânia
Rir pode ser perigoso. Ao menos é o que
você vai constatar após conhecer a história bizarra de histeria coletiva
que ocorreu na Tanzânia. Inexplicavelmente, uma piada contada dentro de
um colégio interno fez com que a população de diversas cidades na
região de Tanganyika tivesse crises de riso incontroláveis.
O fato ocorreu no ano de 1962 e, por
mais incrível que possa parecer, só terminou 18 meses depois de ter
começado. Segundo pesquisadores, os alunos entraram em crises de riso
após ouvir a piada, transmitindo a histeria para seus pais, que a
transmitiram para moradores de áreas próximas.
As risadas causaram diversos sintomas
derivados do próprio riso incontrolável, como dores, desmaios, problemas
respiratórios, erupções cutâneas e até mesmo ataques de choro.
2. A Tragédia do Cine Oberdan
A história aconteceu em abril de 1938 em
São Paulo e teve um final assustadoramente trágico, no entanto, começou
de uma forma curiosa. Segundo relatos de presentes no local, um pânico
tomou conta de uma das salas do Cine Oberdan por conta de um grito de
fogo.
No entanto, nunca houve qualquer sinal
de incêndio. Muitos atribuíram o ocorrido a certo momento do filme em
que dois aviões se chocavam, o que teria motivado o grito de um
espectador. Mesmo sem sinais de fumaça, a sala lotada de crianças foi
invadida pela histeria coletiva, o que resultou em dezenas de pessoas
pisoteadas e mais de 30 mortos.
A versão oficial da policia é um pouco
diferente, mas não muda a desproporção entre o fato e a reação do
público. Segundo a conclusão dos investigadores, uma das crianças sentiu
uma forte dor de barriga durante o filme e, após diversas tentativas
desesperadas de encontrar o lanterninha, o menino resolveu ir sozinho ao
banheiro.
Embora ele não tenha conseguido chegar
ao destino a tempo, o jovem (que acabou fazendo suas necessidades no
caminho) seguiu até o sanitário, onde as luzes estavam apagadas. Vendo
uma pilha de jornais, ele resolveu fazer um tipo de tocha para
visualizar o ambiente. A porta entreaberta permitiu que um espectador
visse a luz da chama. Ele então teria gritado, o que gerou todo o pânico
no local. O incêndio jamais existiu, mas as consequências da histeria
aniquilaram famílias inteiras.
3. O rio de água doce
O Mahim Creek é um dos rios de água
salgada mais poluídos da Índia. Ele recebe toneladas de esgoto e
resíduos industriais todos os dias. No entanto, em 2006 a notícia de que
sua água havia ficado doce e potável se espalhou, sem que haja qualquer
explicação para o boato.
Em poucas horas, mais rumores de que
outros rios haviam se tornado potáveis na região começaram a surgir.
Enquanto autoridades temiam surtos de doença e tentavam alertar as
pessoas de que não deveriam beber a água, dezenas de moradores já haviam
coletado água em garrafas plásticas.
No dia seguinte, aqueles que acreditavam no boato diziam que as águas haviam se tornado salgadas novamente. Não existem dados sobre os danos causados após o episódio.
4. A epidemia do inseto
Em 1962, uma misteriosa doença surgiu em
uma fábrica de tecidos dos Estados Unidos. Após boatos de que insetos
existentes no galpão transmitiriam um vírus extremamente resistente,
dezenas de trabalhadores passaram a apresentar os sintomas da suposta
doença, como náuseas, tonturas, vômitos e sonolência.
No entanto, nunca foi encontrada
qualquer evidência de que estes insetos existiram realmente, nem mesmo
mordidas nos corpos dos indivíduos infectados. Pesquisadores acreditam
que a ansiedade e a tensão causadas pelos boatos foram responsáveis
pelos sintomas.
5. A Guerra dos Mundos
Essa é possivelmente a história de
histeria coletiva mais conhecida do mundo. Em 1938, uma adaptação de A
Guerra dos Mundos foi transmitida pela rádio Columbia Broadcasting
System, no entanto, não foi recebida da forma esperada.
Dirigido e narrado por Orson Welles, o
episódio foi ao ar em meio à tensão dos momentos que antecediam a II
Guerra Mundial. Alguns ouvintes não sabiam que a narração se tratava de
uma leitura de peça de ficção e, ao ligarem o rádio no meio da
transmissão, acreditaram que aquilo se tratava de um boletim de
notícias.
Até o final da tarde, o que era apenas
ficção havia se tornado realidade: milhares de pessoas tomaram as ruas
de cidades como Nova York e Nova Jersey, em pânico com a suposta guerra
que havia começado. A polícia levou horas para acabar com a confusão,
que virou noticiário em todo o mundo.
6. O homem-macaco assassino
Em 2001, rumores começaram a circular
por toda a Índia de que uma estranha criatura metade homem e metade
macaco aparecia durante a noite atacando pessoas. Dezenas de relatos
oculares inconsistentes começaram a surgir, mas mesmo sem qualquer
comprovação de existência da criatura, a histeria tomou conta da região.
A polícia registrou três casos de
pessoas que morreram e mais 15 que que machucaram gravemente ao saltar
de janelas, acreditando terem visto a criatura em seus quartos durante a
noite. nenhuma evidência foi encontrada.
7. Onze pessoas e o diabo
Em Paris, no ano de 2010, um caso de
histeria coletiva completamente sem sentido chocou o mundo. Um homem, ao
levantar-se nu no meio da noite para esquentar a mamadeira de seu
filho, foi confundido pela própria esposa com o “Diabo”.
Ao vê-lo, ela começou a gritar por
socorro, chamando o homem de diabo. A irmã dele, ouvindo os gritos feriu
a mão do rapaz com uma faca. Outras 10 pessoas da família ajudaram as
mulheres a expulsarem o homem do local. Inexplicavelmente, nenhum deles
reconheceu o indivíduo para desfazer a confusão.
O rapaz então tentou voltar ao
apartamento. Com isso, todos que moravam no local começaram a saltar da
janela, tentando fugir do que eles acreditavam ser o demônio. Na
confusão, várias delas se machucaram e um bebê de quatro meses morreu. A
polícia não encontrou qualquer droga no local, nem mesmo evidências de
cultos religiosos ou obscuros no apartamento.
8. O atentado terrorista que nunca existiu
Em Melburne, Austrália, uma funcionária
do aeroporto internacional da região desmaiou na escada rolante. Sem
qualquer motivo aparente, isso foi confundido por outros funcionarios
com um ataque terrorista. O sistema de ar condicionado foi desligado
para evitar que o suposto gás não se espalhasse pelo local.
A perícia jamais descobriu qualquer
sequela de substâncias tóxicas no local, no entanto, mais de 50 pessoas
foram levadas ao hospital apresentando sintomas semelhantes aos da
funcionária que havia desmaiado – e que, na verdade, apenas teve um mal
súbito.
9. O espírito cearense
Em 2010, uma escola no interior do Ceará
teve suas aulas interrompidas após um caso de surto coletivo. Dezenas
de alunos entre 12 e 19 anos diziam ver o espírito de um estudante que
havia morrido.
Vários adolescentes entravam em um tipo
de transe ao estar dentro da escola, o que fez com que um boato de que a
instituição seria assombrada surgisse. Psicólogos, parapsicólogos e até
mesmo um padre foram chamados para conversar com os alunos e explicar o
que estava acontecendo.
Mesmo com a ajuda dos profissionais, os
casos de desmaios e sintomas semelhantes a convulsões só aumentaram, o
que fez com que a escola tivesse que ser fechada por um período. Após o
intervalo, o caso aparentemente se resolveu.
10. A dança da morte
Em 1518, um caso de histeria de dança
incontrolável surgiu em Estrasburgo, na França. Fao Troffea, uma
moradora da região, começou a dançar na rua, aparentemente sem motivo e
sem qualquer música tocando.
Relatos dão conta de que seus passos
fervorosos duraram entre quatro a seis dias, sem interrupção. Em uma
semana, 34 pessoas já haviam se juntado à dançarina e em menos de um mês
havia mais de 400 pessoas dançando freneticamente nas ruas. A maioria
dessas pessoas acabaram morrendo de exaustão ou por causas como ataques
cardíacos e derrames.
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